Educação no Brasil: falsos progressos na era PT

Um amigo meu veio me dizer que “votar no PT é um ato de reconhecimento pelos inúmeros avanços na educação no Brasil”. Para justificar tal afirmação, ele apontou a construção de dezenas de novas universidades, abertura de cursos técnicos, criação do ENEM, PROUNI, SISU, Mais Educação (programa de educação em tempo integral), FIES, e outros que juntos, garantiram o acesso de jovens ao ensino superior. Tudo isso graças ao governo do PT nos últimos 12 anos de governo. Ora, o governo petista pode até ter algum mérito, porém, a realidade é bem diferente da que a propaganda governamental e partidária tenta mostrar.
O problema da educação no Brasil hoje não é a falta de salas ou vagas para se estudar, é sim, a decadente qualidade da educação que é oferecida. A educação pública no Brasil é uma das piores do mundo. Tanto no nível básico quanto no nível superior. Hoje, alunos bons em ciências e matemática são a exceção, quando deveriam ser a regra. O Brasil é hoje desclassificado em todos os rankings de educação do mundo. Um excelente exemplo é a avaliação do PISA.
O PISA – Programa Internacional de Avaliação de Alunos, uma prova da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) feita com alunos de 15 anos de idade em matemática, ciência e leitura, que acontece a cada três anos, desde 2000. Em sua última edição[1], 2012, o Brasil teve a pontuação 410, ficando assim na 55º lugar em leitura, perdendo posição em relação ao ano de 2009. O país está, como era de se esperar, regredindo em qualidade de educação[2]. Isso quer dizer que nossos alunos saem do ensino básico sem saber ler, interpretar, fazer associação entre as nuances do texto. Entre os cinco países que estão com o pior índice de educação, o Brasil ainda perde para a Colômbia e a Argentina, ganhamos timidamente para o México e a Indonésia.
Ora, se formos comparar o Brasil com os campeões em boa educação, vamos ter, por exemplo, a Coréia do Sul. Lá, o imposto sobre o salário é de 19% enquanto no Brasil, temos um imposto sobre o salário de quase 40% e, mesmo assim, estamos entre os piores do mundo em qualidade de ensino. O partido dos trabalhadores não conseguiu em 12 anos melhorar a qualidade do ensino, e ainda merece reconhecimento por tornar mais ignorante a nação brasileira?
Os alunos que saem do Ensino Médio para o Ensino Superior, são em sua maioria, analfabetos funcionais, isto é, não possuem a formação necessária se quer para escrever um texto no mínimo coerente. O mesmo se pode dizer dos universitários. Nas áreas exatas, pouquíssimos conseguem concluir o curso e nas áreas humanas, não se estuda outra coisa a não ser a doutrinação ideológica marxista, coisa que nenhuma universidade séria no exterior é capaz de propor, fato que torna os nossos universitários capachos de um ensino inútil que não é respeitado em nenhuma outra parte do mundo, como bem assegura o professor Olavo de Carvalho[3].
Se o Ensino Médio brasileiro prestasse, os alunos não precisariam recorrer aos cursinhos para se preparar para uma prova como o ENEM. Eu pergunto: o aluno que estuda inglês desde o sexto ano até concluir o nono ano, sai da escola falando inglês? Não. Qual o motivo?
O Ministério da Educação é uma entidade fracassada desde a sua concepção ideológica. Educação jamais deveria ser oferecida pelo estado, já que o conceito de educação, segundo o filósofo Armindo Moreira, autor do livro ‘Professor não é educador’[4]: “Educar é criar hábitos e sentimentos que permitam ao educando adaptar-se ao meio social em que há de viver”, ou seja, é algo moral, pessoal, que compete à família e não ao estado. O papel do estado pode até ser o de instruir, formar profissionais para o mercado de trabalho. Deveria o Ministério “da Educação” se chamar e agir como Ministério da Instrução, como já foi na década de 30, e conseguia produzir grandes e talentosos profissionais que possibilitavam o desenvolvimento do país.
Vale relembrar a experiência da pequena Isabela Faber que ficou conhecida no Brasil por criar uma[5] página no Facebook – Diário de Classe, onde denunciava as deficiências estruturais da sua escola. A jovem cresceu, saiu da escola pública para fazer o ensino médio em uma escola particular, lançou um livro chamado “Diário de Classe – A verdade”, no dia do lançamento do livro ela afirmou: "Não me arrependo de ter feito escola pública por tudo que aconteceu. Mas em relação ao ensino gostaria de não ter estudado", e acrescentou que não colocaria um filho para estudar numa escola pública
Não sejamos ingênuos de imaginar que, vencendo as eleições, o governo petista vai encarar o desafio de melhorar a qualidade do ensino. Não vai! Afirmo por motivos bem claros. O modelo de educação que está sendo oferecido é baseado na revolução cultural de Antônio Gramsci, na pedagogia do oprimido de Paulo Freire, e em diversas concepções de educação voltadas para a defesa de uma ideologia política de dominação. Logo, manter o formato de educação e aprofundar a doutrinação em lugar da verdadeira instrução é o interesse único do governo atual. Isso não vai mudar.
Portanto meu amigo, votar no PT é um ato de reconhecimento não de avanços, mas da própria ignorância da realidade quanto a baixa qualidade da instrução oferecida pelo estado brasileiro. Se em 12 anos de governo o que ele consegue é reduzir a qualidade do ensino, dá pra ele mais 4 seria enterrar de vez a nossa esperança de um país melhor.






[1] http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/12/03/pisa-desempenho-do-brasil-piora-em-leitura-e-empaca-em-ciencias.htm
[2] http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/05/140508_brasil_educacao_ranking_dg.shtml
[3] CARVALHO, Olavo de. O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota. O novo imbecil coletivo, pág. 350. (E-book).
[4] https://www.youtube.com/watch?v=55Ppn7gIs5M#t=1433
[5] http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/06/05/nao-colocaria-meu-filho-na-escola-publica-diz-isadora-faber.htm

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